quinta-feira, 4 de abril de 2013

23 anos sem Cazuza


Por Senny Trindade

Cazuza
Hoje, Agenor de Miranda Araújo Neto completaria 55 anos. Mas quem seria o Agenor? Nada mais nada menos do que o nosso queridíssimo Cazuza, grande cantor, compositor, poeta e escritor brasileiro. Cazuza nasceu no Rio de Janeiro e foi criado no bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio.
A palavra “cazuza” tem o significado de moleque no nordeste e o pai de Agenor, como bom pernambucano que era, o chamava desta maneira desde antes do seu nascimento. Cazuza sempre preferiu o apelido ao nome e, somente quando descobriu que seu ídolo Cartola também se chamava Agenor, passou a aceitar o próprio nome.




Esse maravilhoso mestre da música nem sempre foi cantor. Antes disso passou por uma adolescência um pouco rebelde e se descobriu bissexual e usuário de drogas. Seu pai lhe arrumou um emprego na gravadora Som Livre em 1976, onde passou a trabalhar no departamento artístico selecionando fitas de novos cantores e atuando também na assessoria de imprensa. Fez curso de fotografia e trabalhou também na gravadora RGE divulgando artistas, porém nada disso o fazia completo. Foi aí então que Cazuza começou um curso de teatro com o ator Perfeito Fortuna e descobriu que o seu dom era não o de atuar, mas sim o de cantar.
Cazuza fez um teste para uma banda de rock que procurava por um vocalista e o nome dessa banda era Barão Vermelho. O seu tom de voz combinava muito com o estilo da banda e a partir daí Cazuza começou a fazer parte dela. Cazuza compunha suas próprias músicas que foram adotadas pela banda que antes só cantava covers. Com repertório próprio, a banda começou a fazer pequenos shows e juntos convenceram o pai de Cazuza a lançar a banda Barão Vermelho. O CD gravado em produção barata foi bem apreciado pelos artistas, entre eles Caetano Veloso, que incluiu em seu repertório a música “Todo o amor que houver nessa vida” composta pelo grupo. Mais tarde a banda lançou outro CD, Barão Vermelho 2, que continuava o sucesso do primeiro. Mas foi somente na década de 80, quando o filme “Bete Balanço”, de Lael Rodrigues, foi lançado com a música-título composta pela banda, que o Barão Vermelho chegou ao grande público.
 Capa do primeiro LP do Barão Vermelho
Outras tantas músicas compostas por Cazuza fizeram e fazem muito sucesso até hoje. Porém, com o sucesso vem sempre a cobrança profissional e isso fez com que os desentendimentos entre os integrantes do grupo fossem ressaltados, em especial com o Cazuza, que tinha um temperamento inquieto. Um pouco depois, logo antes de lançarem mais um CD, o grupo anunciou que Cazuza sairia da banda para iniciar carreira solo.

Barão Vermelho
Um pouco depois de lançar-se em carreira solo, Cazuza foi internado em um hospital no Rio com uma infecção bacteriana. Fez o teste para HIV que apresentou resultado negativo. Continuou os seus shows, lançou outros CDs com participação de alguns cantores e continuou fazendo ainda mais sucesso. Antes de estrear o show do álbum “Só se for a dois”, Cazuza foi diagnosticado com AIDS. Em 1987 ele foi para Boston com os pais iniciar um tratamento com AZT. Voltando de lá, em 1988, lançou as músicas “Ideologia”, “Blues da Piedade” com a roupagem mais Janis Joplin, “Faz Parte do Meu Show” e outras mais. Ainda em 1988 foi premiado com o prêmio Sharp de música por melhor cantor pop-rock e melhor música pop-rock com “Preciso Dizer que te Amo”.
Um pouco depois do lançamento de mais um álbum, Cazuza reconheceu publicamente a sua condição de portador do vírus da AIDS. Quanto mais o seu estado se agravava, mais o cantor trabalhava para aproveitar todo o tempo que lhe restava. Por fim, lançou um álbum duplo intitulado “Burguesia”, sendo o lado azul do álbum composto por músicas no estilo Rock e o lado amarelo por músicas no estilo MPB. Em 1989, Cazuza voltou para Boston e permaneceu internado até o ano seguinte.  Já não havia muito o que fazer naquele momento, pois seu estado já era crítico o suficiente para que seu corpo não resistisse por mais tempo. Foi então que em julho de 1990 faleceu o ídolo da música brasileira, deixando muitas saudades e canções repletas de poesia e vida!


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