"Tomada por profundo pesar e grande tristeza: se calou uma das maiores vozes masculinas do Brasil. Descanse em paz, Emilio. E obrigada? Bacanudos que não o conheciam: por favor, deem uma busca na biografia de Emílio Santiago. Afinação, interpretação impecáveis. Seus primeiros discos tinham um gingado de dar orgulho. Mais um nome para o qual não devemos medir esforços: não pode ser esquecido. Um lance de controle de emissão, uso inteligente de vibrato, respeito à melodia? Ô, coisa. Aprendamos! Viva Emilio Santiago". Maria Rita, filha de Elis Regina
Dono de uma voz doce e firme, Emílio Santiago faleceu no dia 20 de março de 2013, às 6h30, no Rio de Janeiro, aos 66 anos de idade. Internado no CTI do Hospital Samaritano, em Botafogo, desde o dia 7 de março, o cantor não resistiu às complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Emílio Santiago nasceu no Rio de Janeiro em 1946. Mesmo formado em Direito, deixou-se levar pela música, sendo influenciado por Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Anísio Silva, João Gilberto, entre outros.
Graças à faculdade e ao incentivo de amigos, se inscreveu em festivais de música de universidades. Desde então participou de concursos - vencendo a maioria deles -, gravou músicas e fez parte de grupos musicais, encantando a todos com sua voz grave, inclusive no programa “A Grande Chance”, apresentado por Flávio Cavalcanti. Em 1973 lançou seu primeiro compacto, pela Polydor, com as músicas "Transa de amor" e "Saravá nega". Somente em 1975 Emílio lançou seu primeiro LP, com músicas de Ivan Lins, João Donato, Jorge Benjor, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Marcos e Paulo Sérgio Valle.
Emílio mostrava-se capaz de cantar diversos estilos, apresentando-se em diversas casas cariocas e paulistanas, em shows por todo Brasil. O sucesso veio em 1988, quando foi convidado por Roberto Menescal e Heleno Oliveira para o primeiro disco da série “Aquarela Brasileira”, um especial de sete volumes, dedicado exclusivamente ao repertório de música brasileira; o projeto ultrapassou a marca de quatro milhões de cópias vendidas. A partir de então, interpretou trilhas sonoras de novela e outras músicas de sucesso, iniciando as apresentações ao redor do mundo, como Europa e Estados Unidos.
O último álbum de Emílio, o primeiro produzido por seu próprio selo, Santiago Music, intitula-se “Só danço samba” (2012) e comemora seus 40 anos de carreira, tendo sido lançado também em DVD, em parceria com a gravadora Biscoito Fino, gravado no Citibank Hall de São Paulo.
A despedida ao cantor foi realizada na Câmara de Vereadores, no Centro do Rio, na manhã de quinta-feira, dia 21 de março. Celebrante da missa, o Padre Jorge André, da Igreja Nossa Senhora da Conceição Imaculada, destacou que o palco era a vida de Emílio. Após rezar o "Pai Nosso", o público presente cantou "Saigon" e "Ave Maria", seus maiores sucessos. Além da família, fãs, artistas e amigos maracaram presença no velório. A cantora Alcione, amiga com quem Emílio dividiu por muitas vezes o palco, esteve presente e desabafou:
— Como que o Brasil vai poder viver sem essa voz? Como eu vou poder viver sem meu amigo? Sempre cantamos juntos, mas agora, com certeza, ele está com seu Luiz e dona Ercília, os pais dele, que gostavam muito dele. Está lá junto de muitos cantores maravilhosos, que estão fazendo festa para ele. A gente tem mais que se conformar, pedir a Deus que seja bem recebido, aos espíritos socorristas nesse momento. Ele deve estar muito bem, porque nunca fez mal a ninguém. Só cantou o amor e a beleza desse país. Agora vamos nos conformar e rezar. — lamentou a cantora.
Emílio deixa um legado musical de 30 discos e oito premiações, dentre elas o Grammy Latino de 2012, pelo melhor álbum de samba.
Fontes: emiliosantiago.net
globo.com
globo.com
wikipedia.org
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