quinta-feira, 28 de março de 2013

O Novo Esquema do Samba


Por Léo Pinheiro

“Mas tem que dançar, dançando”


É a minha primeira postagem no blog e venho pra falar de um artista que esteve presente no radio/dvd em todas as minhas manhãs de domingo aqui em casa. Neste mês de março um dos maiores nomes da nossa música completou – segundo ele afirma – 68 anos. Jorge Duílio Lima Meneses, antes Jorge Ben, agora, pra evitar confusões com George Benson, é Jorge Ben Jor. Nascido em Madureira, no subúrbio carioca, e criado no Rio Comprido, Jorge é um dos artistas mais singulares da história da música popular brasileira.


Autodidata, ele surgiu num momento em que a Jovem Guarda e o samba dominavam o país, e a Bossa Nova conquistava o mundo. Apresentava-se no clássico e famigerado “Beco das Garrafas”, um dos antros da boemia carioca e lá apresentou seu primeiro grande sucesso, “Mas Que Nada”. A representação de toda a sua música está nessa canção. A batida diferente, a voz, os componentes da cultura negra – Como o famoso “ôôô” do início e refrão desta música – o destacaram dos demais sucessos da época. Era respeitado por ambos os grupos, tanto sambistas quanto os “rebeldes” da Jovem Guarda, tão respeitado que frequentava os programas de samba e da Jovem Guarda na TV. Algo que, teoricamente, era impossível.
Assim como todo grande músico brasileiro, na década de 70 envolveu-se com esoterismo e ocultismo e esta fase é disparada a melhor fase de sua carreira. Os discos “Tábua da Esmeralda”, “Solta o Pavão” e “África Brasil”, apesar de não terem sucesso comercial, figuram entre os maiores discos já feitos da música nacional.
Considerado por muitos como um poeta das letras simples, poucos conseguem enxergar a profundidade das letras e melodia. Vide o exemplo de “As Rosas Eram Todas Amarelas” do álbum “Ben” de 72. Jorge, à primeira vista, começa a falar coisas desconexas, mas que na verdade são livros do escritor russo Fiodor Dostoievski e sua interpretação sobre sua obra.
Simples. Genial. Revolucionário. Único. Todos esses adjetivos podem descrever Ben e sua obra. Possui a cara do Brasil, malandro, cheio de gingado, amante do futebol e do Flamengo – Você com certeza conhece e já cantou Fio Maravilha e Umbabarauma – cheio de fé, devoto de São Jorge a quem dedicou duas músicas... É inegável a sua influência na música nacional atual. É só reparar no furor que o grupo Monobloco causa no público quando toca o mítico pot-pourri de “Taj-Mahal/Fio Maravilha/País Tropical”.

http://oglobo.globo.com/in/6353209-c43-1a7/FT500A/2012100318589.jpg
Jorge Ben Jor, em foto de 1972, completa 50 anos de carreira em 2013
Neste ano, 2013, Ben completa 50 anos de carreira e de lançamento do seu revolucionário L.P, Samba Esquema Novo, que contém os clássicos “Mas Que Nada”, “Chove Chuva” e “Por Causa de você menina”. O Couvert Artístico não deixará essa data passar em branco e se eu fosse você não deixaria de ficar ligado aqui e em nossa página, pois pode ter certeza que virá coisa boa por aí... Eu ouvi "promoção"?

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